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Perspectivas dos fundadores: Qual foi o contexto da criação da Ânima?

Por: Vinícius Sarmento


-Qual foi sua motivação para criar a Ânima Pública?


“O que mais me motivou na época era uma inquietação muito forte que eu tinha com a qualidade e a quantidade de ofertas de estágios que nos eram dispostos, eu via a galera penando muito em estágios que não estavam ensinando nada, em áreas que pareciam gestão pública mas na verdade estavam só tirando xérox ou assessorando algo, mas não estavam aprendendo o processo, procedimentos, ferramentas...e então eu tinha essa incomodação assim de “poxa que estágios são esses que a gente tá fazendo? Qual é o futuro depois de formados?”

Concomitante a isso a gente também tinha dificuldade de saber qual era, afinal de contas, o papel do gestor público, então meio que casando essa dificuldade de saber o que o gestor faz e a falta de oferta e de oportunidades que eu vi a ideia de EJ como uma baita oportunidade.

Acho que por isso também já tivemos uma adesão muito grande logo no primeiro processo seletivo, porque a galera tava sentindo isso também, tava com esse medo e essa incerteza do futuro, o que faz o gestor público? Da onde a gente pode realmente ajudar? O que que a gente pode impactar de positivo? Então...foi isso que motivo mais tocar a ideia da EJ para frente: a falta de oportunidade da galera e eu queria auxiliar nesse processo, aumentar essas oportunidades.”

-Quais eram seus medos sobre essa nova iniciativa?


“Em termos de medos, eu tinha muito medo da reação das pessoas, a gente estava em um curso muito politizado e eu sabia que a própria palavra empresa já ia gerar uma certa resistência de alguns professores e alguns alunos...eu tinha um pouco desse medo de como as pessoas iam reagir. Já tinham tentado criar, anos antes, uma empresa júnior e tinha sido rejeitada pelos próprios alunos e então desistiram.”


Por: Luiz Felipe Lima de Azevedo

"A Ânima Pública, como é conhecida atualmente a empresa júnior de Gestão Pública da UFRJ, surgiu oficialmente no final de 2017 mas, sua construção teve início alguns meses antes, onde já nos reunimos para entender o que era de fato tornar aquele projeto realidade e qual a cara que gostaríamos de ter. Para se entender esse processo, é importante compreender qual era o ambiente que estávamos inseridos naquele momento e alguns acontecimentos pontuais que influenciaram a tentativa.

Entre 2016 a 2017, passávamos por um pequeno “boom” de novas oportunidades de estágio, com aumento de números e novos lugares que não eram comuns anteriormente oferecidas mas que se demonstravam experiências bastante rasas, com atividades mecânicas e poucas ou quase nenhuma oportunidade de aprendizado prático, não sendo diferente de um trabalho de escritório comum nem agregando novas perspectivas a um futuro profissional de Gestão Pública ou um espaço para exercer o que aprendeu na parte teórica. Grande parte dessas vagas eram ocupadas por estudantes dos períodos mais novos que também estavam se engajando na construção dos outros espaços acadêmicos. O curso, por ser relativamente novo naquele momento, não possuía tanta conexão com os alunos em relação a sua identidade e muitos se inserem naquele espaço com a intenção de mudança de curso ou pela semelhança com cursos mais conhecidos como Economia, Relações Internacionais e Direito. Outra questão já sentida, mesmo com seis anos desde a criação do curso de Gestão Pública para Desenvolvimento Econômico e Social na UFRJ, eram as demandas e características relacionadas ao profissional daquela área que não ficavam claras para os alunos que ingressaram no curso, pelos feedbacks difundidos entre os discentes que não parecia se elucidar completamente nos períodos finais e para os que já estavam formados.

Sobre esse contexto, começava uma motivação pessoal de mudar aquele panorama e a ideia do Movimento Empresa Júnior se encaixava muito bem para lidar com essa situação. A ideia veio de uma conversa pessoal e em meados do primeiro semestre de 2017, apesar de muitas pessoas demonstrarem interesse, quase ninguém realmente se dava ao trabalho tirar do papel a ideia de se concretizar. Assim, eu e um amigo meu, Vinícius, que era do período acima, nos reunimos numa segunda para ver o que pensávamos daquilo e quais eram os meios que poderíamos fazer a ideia se viabilizar apesar de não conhecermos muito sobre o tema, o que iniciou uma pesquisa para termos mais conteúdo e saber quais eram os primeiros passos. Paralelo a isso e com a nossa imersão nesse ambiente, foram surgindo diversas pessoas e organizações que foram chave para a construção desse projeto, seja com conhecimento ou articulações.

Entendendo a necessidade das oportunidades serem para todos e dialogando com a nossa demanda que iríamos precisar de mais pessoas para a instituição, fundamos a empresa construindo os primeiros documentos e oficializamos seu início quando executamos o primeiro processo seletivo no final de 2017."


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